segunda-feira, 14 de setembro de 2015


O clube do suicídio (1882) 
Robert Louis Stevenson (1850-1894) - Escócia 
Tradução: Andréa Rocha 
São Paulo: Cosac Naify, 2011, 444 páginas


Este livro contém seis narrativas: "O clube do suicídio" (1882), "O estranho caso do Dr. Jeckyll e Mr. Hyde" (1886), "Markheim" (1885), "O demônio da garrafa" (1893), "O ladrão de cadáveres" (1895) e "O vestíbulo". A primeira, "O clube do suicídio", é uma história contada à moda de "As mil e uma noites", muito engenhosa e divertidamente inverossímil. A segunda, mais conhecida no Brasil pelo título de "O médico e o monstro", é uma perfeita metáfora do nosso lado sombrio: "(...) o homem não é verdadeiramente um, mas verdadeiramente dois". Stevenson antecipa a psicanálise, quando afirma, por meio do Dr. Jeckyll: "(...) arrisco supor que, afinal, o homem será considerado apenas uma sociedade onde convivem indivíduos múltiplos, contraditórios e independentes" (p. 226). "Markheim" é a descrição da crise moral que acomete um assassino ocasional - a impessoalidade do personagem-título me remete a Meursault, de  "O estrangeiro", de Albert Camus (1913-1960). "O demônio da garrafa" é outro devaneio à moda de "As mil e uma noites". "O ladrão de cadáveres" e "O vestíbulo" são narrativas de terror, sendo ambas tributárias do sobrenatural. Stevenson é um autor com forte conteúdo moralizante - não oferece lições, pois é sublime, mas proporciona reflexões profundas sobre a natureza do mal.

Avaliação: MUITO BOM


Entre aspas

"(...) será que existe na vida desilusão maior do que conseguir aquilo que se buscava?" (p. 148)

(Setembro de 2015)

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