segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Antologia da literatura fantástica (1965) 
Adolfo Bioy Casares, Jorge Luiz Borges, Silvina Ocampo (organizadores)
Tradução Josely Vianna Baptista 
São Paulo: Cosac Naify, 2013, 444 páginas


Esta histórica antologia, publicada pela primeira vez em 1940 e ampliada em 1965, pode ser lida, na verdade, como uma espécie de paideuma dos organizadores, mais especificamente de Jorge Luiz Borges (1899-1986). Reúne contos, fábulas, preceitos morais, peças de teatro - textos desiguais de autores bastante diversos, incluindo, certamente, algumas invenções e intervenções borgianas. Destacaria, entre outros, os relatos de Akutagawa, Cortázar, Kafka, as fábulas de Chuang Tzu, Wu Cheng'en e I.A. Ireland - mas, sobretudo, os contos de W. W. Jacobs ("A pata do macaco"), Villiers de L'Isle Adam ("A esperança") e H.G. Wells ("O caso do finado M. Elvesham"). Uma curiosidade: os organizadores dão como de Jean Cocteau (1889-1963) uma pequena fábula, "O gesto da morte", que é exatamente a mesma história contada por Somerset Maugham (1874-1965), e que serve como epígrafe e dá título ao livro de John O'Hara (1905-1970), "Encontro em Samarra" (1934) (conferir: pág. 150 da Antologia, e página 15 do romance*)... Imperdível o prólogo de Bioy Casares ("A um anseio do homem, menos obsessivo, mais permanente ao longo da vida e da história, corresponde o conto fantástico: ao desejo inesgotável de ouvir histórias") e o impressionante soneto "A urna", de Enrique Banchs (p. 12), sobre o ódio. 

* Rio de Janeiro: Ediouro, 2004, tradução de Ana Carolina Mesquita


Avaliação: MUITO BOM

(Agosto, 2015)



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