segunda-feira, 5 de outubro de 2015

Nova antologia do conto russo (2011) 
Bruno Barreto Gomide (organizador)
Vários tradutores
São Paulo: Editora 34, 2001, 646 páginas 


Extenso e abrangente panorama da literatura russa, de Nikolai Karamzin (1766-1826) a Vladímir Sorókin (1955), reúne 40 contos que mostram, à perfeição, a trajetória desta que é uma das maiores escolas literárias de todos os tempos. Na coletânea, alguns autores não comparecem com seus melhores trabalhos, casos de Fiódor Dostoiévski (1821-1881) e principalmente Anton Tchekov (1860-1904), mas podemos destacar algumas narrativas de outros nomes que também se tornaram míticos, como "Viagem a Arzrum", de Aleksandr Púchkin (1799-1837); "Relíquia viva", de Ivan Turguêniev (1818-1883); o estupendo "Depois do baile", de Lev Tolstói (1828-1910) e o terrível "O abismo", de Leonid Andrêiev (1871-1919); além da surpresa de alguns menos conhecidos como Vladímir Odóievski (1803-1869), com seu fantástico "A sílfide"; Vsiévolod Gárchin (1855-1888), com o sufocante "Quatro dias"; Aleksandr Kuprin (1870-1938), com o violento "O inquérito"*; Fiódor Sologub (1863-1927), com o trágico "Luz e sombras" e Ivan Bunin (1870-1953), com o lírico "Insolação". É interessante notar como perde a força a ficção russa sob o regime soviético - Kuprin e Sologub morreram antes do recrudescimento do estalinismo. Bunin deixou o país logo após a Revolução de 1917, assim como Vladímir Nabokov (1899-1977). 


* Vale a pena comparar esse conto, de 1894, com "Na colônia penal", de Franz Kafka (1883-1924), escrito em 1914 e publicado cinco anos depois.



Avaliação: MUITO BOM

(Setembro / Outubro, 2015)




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