quinta-feira, 15 de outubro de 2015

Avatar (1856) 
Théophile Gautier (1811-1872) - França 
Tradução: L. Lemos Vieira  
Lisboa: Estampa, 2010, 194 páginas 


Recolha de quatro contos longos, filiados ao fantástico, mas ao fantástico sobrenatural, aquele no qual pessoas descem dos retratos para participar de bailes que se estendem por toda a noite, cadáveres ganham vida por meio de palavras mágicas, o Diabo (não o metafísico, mas o real, de chifre e rabo) anda à solta atrás de almas para sua coleção. "Avatar", a história mais longa, até parte de uma ideia interessante: um médico que aprendeu as artes milenares na Índia trata um paciente que literalmente está morrendo de amores fazendo sua alma habitar o corpo do marido da mulher amada e vice-versa. Mas tudo superficial e sem propósito, com condução e resolução óbvia do enredo. "A morte apaixonada" é a narrativa do fascínio de um padre por uma vampira. "A cafeteira" é o encontro de um jovem com uma mulher que já morreu. Em "Onufrius" o autor ironiza os procedimentos dos contos fantásticos, mas, mesmo aqui, não convence. As narrativas perdem-se em intermináveis descrições, desnecessárias e enfadonhas. As personagens são planas - as mulheres são lindas, mas ora a beleza esconde a pureza virginal e incorruptível, ora uma sensualidade demoníaca; e os homens são belos, honrados e ricos.    

Avaliação: NÃO GOSTO

(Outubro, 2015)



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