quarta-feira, 13 de maio de 2020

Baleia  (1949)
Paul Gadenne (1907-1956) FRANÇA      
Tradução: José Alfaro              
Lisboa: Antígona, 2017, 112 páginas


"Baleia" é um conto que ocupa 41 das 112 páginas desse livro - o restante são ensaios, biografias, cronologias. etc. O jovem casal Pierre e Odile encontra-se numa cidade à beira-mar da França, numa época não nomeada, mas provavelmente logo após a II Guerra Mundial, quando ouvem falar sobre uma grande baleia branca encalhada na praia de uma aldeia vizinha. Passados alguns dias, eles caminham até a enseada e se deparam com aquele ser imenso, agora sem vida, apodrecendo: "Aquela baleia parecia-nos ser a última; como cada homem cuja vida se extingue nos parece ser o último homem. A sua contemplação projectava-nos para fora do tempo, para fora desta terra absurda, que no fragor das explosões parecia correr para a sua última aventura. Julgáramos ver apenas um animal que dera à costa: contemplávamos um planeta morto" (p. 41). A narrativa uma linguagem simbólica para destacar um grande desencanto com relação à Humanidade. A baleia morta é a metáfora de um mundo em decomposição... Como o nosso agora...




 Avaliação: BOM




(Maio, 2020)

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