domingo, 3 de março de 2019

O cão da meia-noite (1997)
Marcos Rey (1925-1999BRASIL 
São Paulo: Global, 2005, 214 páginas




Reunião de oito contos, recolhidos dos outros três livros publicados anteriormente (O enterro da cafetina, Soy loco por ti, América e O pêndulo da noite), resgata o universo típico do Autor, formado por atores e atrizes de segundo time, publicitários, jornalistas, malandros e desempregados, todos mergulhados no álcool e nas drogas, seres fracassados e condenados a viver uma vida medíocre e sem perspectiva. Embora o Autor seja um ótimo fabulador, suas narrativas ficaram para sempre comprometidas pelo uso de uma linguagem envelhecida, cheia de gírias e referências datadas. Ainda assim, salvam-se, de certa maneira, a história do publicitário desempregado, que se afoga em álcool, enquanto aguarda uma colocação ("O bar de cento e tantos dias"), o clima da disputa política entre janistas e adhemaristas, do ponto de vista de um grupo de taxistas ("O adhemarista") e o trágico desfecho de uma bebedeira interminável ("Traje de rigor"). Curiosamente, o conto "Eu e meu fusca" remete a "Passeio noturno", de Rubem Fonseca (1925), e "A escalação" lembra "A festa", de Ivan Angelo (1936). 



Avaliação: BOM


(Março, 2019)

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