terça-feira, 1 de novembro de 2016

Giovanni Episcopo (1891) 
Gabriele D'Annunzio (1863-1938) - Itália        
Tradução: Maurício Santana Dias    
São Paulo: Rafael Copetti Editor, 2016, 76 páginas



Conto longo, com personagens que representam ideias (ou estereótipos) mais que características singulares, tem como principal atrativo dar-nos a conhecer o mundo do lumpesinato de Roma em fins do século XIX, suas ruas sujas, suas pensões suspeitas, seus restaurantes encardidos, seus personagens sórdidos. Narrado em primeira pessoa, o protagonista, que empresta o nome ao título, assalariado de escritório, confessa-se um sujeito covarde e abjeto, que se submete, entre temoroso e fascinado, à força de Guido Wanzer, funcionário da Tesouraria Central, arrogante e abrutalhado. Quando Wanzer foge para a Argentina, para não ser preso por desfalque, Giovanni se aproxima de Ginevra Canale, atendente de pensão, com quem acaba se casando e com quem tem um filho, Ciro. Mas Ginevra, mulher sensual e depravada, o trai com todos, contando com a submissão do marido, que aceita passivo o adultério. Giovanni perde o emprego, passa a viver de bicos, e enterra-se na lama em companhia do sogro, alcoólatra atormentado pelo desprezo da mulher e da filha. Afinal, Wanzer regressa e torna-se amante de Ginevra e Giovanni cala-se uma vez mais. Um dia, no entanto, insuflado pelo filho, que agora tem 10 anos, interpela Wanzer, matando-o a facadas, enquanto Ciro morre em uma síncope nervosa. 
  




Avaliação: BOM  

(Novembro, 2016)


Entre aspas


"Todo homem alimenta dentro de si um sonho secreto que não é bondade nem amor, mas um desejo desenfreado de prazer e de egoísmo". (p. 33)

"(...) o fundo da existência humana, o fundo de todas as preocupações humanas, é uma podridão". (p. 49)

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