segunda-feira, 14 de maio de 2018

O livro dos seres imaginários (1974)
Jorge Luis Borges  (1899-1986)  e Margarita Guerrero - ARGENTINA            
Tradução: Carmen Vera Cirne Lima   
Porto Alegre: Globo, 1985, 214 páginas




Espécie de bestiário, ou dicionário de seres fantásticos criados pela imaginação humana, o livro reúne  informações sobre 116 animais impossíveis, desde o inofensivo macaco de tinta até o assustador devorador de sombras; desde famosos como a sereia, o unicórnio ou o minotauro, até totalmente desconhecidos como o zaratã, o peritio ou o kami. Cada um dos, digamos, verbetes, traz a marca pessoal e inconfundível do Autor, ou seja, mesmo quando descreve seres impossíveis que já fazem parte do imaginário dos leitores, nos deparamos é com um "conto borgiano"... De todos os seres imaginários presentes neste bestiário, os que mais me assustam são, sem dúvida, os "Animais dos espelho" (p. 6-7). O Autor conta que, antigamente, os mundos dos espelhos não eram incomunicáveis e, além disso, não refletiam as nossas imagens - eram universos totalmente diferentes. Uma noite, a gente do espelho invadiu a Terra, mas foi rechaçada, e, como castigo, tornaram-se meros reflexos do nosso mundo. "Um dia, entretanto, livrar-se-ão dessa mágica letargia",  diz o Autor, concluindo: "antes da invasão ouviremos do fundo dos espelhos o rumor das armas"...

* Creio piamente que "Margarita Guerrero" seja uma construção borgiana...


(Maio, 2018)




Avaliação: MUITO BOM


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