quinta-feira, 7 de janeiro de 2021

 Adeus às armas (1929)

Ernest Hemingway (1899-1961) -  ESTADOS UNIDOS  

Tradutor: Monteiro Lobato  

Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2015, 402 páginas




Um jovem norte-americano, atlético, másculo, bonito e altruísta, entra como enfermeiro voluntário no exército italiano que combate as forças do império austro-húngaro durante a I Guerra Mundial. Na pequena cidade onde as tropas estão acantonadas à espera de uma nova ofensiva, esse jovem, Frederick Henry, conhece uma enfermeira inglesa linda, saudável e também altruísta, chamada Catherine Barkley, e eles se apaixonam perdidamente. No capítulo 9, que consome nove páginas (entre 67 e 86), Frederick é gravemente ferido e tem que ser conduzido para um hospital em Milão. A enfermeira, claro, consegue transferência para cuidar do amado. As próximas cem páginas (que equivalem ao Livro Dois, entre 109 e 204) narram um longo idílio entre o acamado Frederick e sua dedicada enfermeira particular, recheado de diálogos inacreditavelmente patéticos, dignos dos mais ordinários dramalhões românticos. O Livro Três (p. 206-287) narra a chegada de Frederick ao front e a imediata retirada dos italianos, acossados pelas tropas inimigas. Frederick decide desertar, e ele, como oficial - tem a patente de tenente - é surpreendido pela polícia do exército que, após interrogar os oficiais como ele, que estão debandando junto com a população civil, fuzila-os sem dó nem piedade. Mas, claro, Frederick consegue fugir, atira-se à água gelada do rio, e, nadando vertiginosamente, consegue se livrar de seus algozes. Depois, mais uma vez, de forma heroica, dependura-se sem ser visto num trem que vai para Milão, onde pretende encontrar-se com sua amada e deixar de vez a "loucura da guerra" - apenas entrevista, pois a guerra aqui serve somente como moldura para uma descabelada história de amor, das 400 páginas, ela é vislumbrada em menos de 100. Reunido a Catherine, que está grávida, eles encetam mais uma fuga, agora em direção à Suíça, quando Frederick, remando um barquinho frágil, consegue se livrar dos soldados italianos que patrulham aquelas águas e também da chuva gelada que não lhes dá sossego durante toda a travessia noturna. Então, acompanhamos um novo idílio do casal, agora nas montanhas nevadas da Suíça, bebendo e comendo do melhor em bons hotéis, tendo da guerra apenas uma ideia vaga de algo muito distante. Chega a época de Catherine dar à luz, ela se interna num hospital de Lausanne, mas, claro, a criança morre no parto e ela morre em seguida, vítima de uma incontrolável hemorragia. Lido assim, parece uma sinopse das piores novelas de televisão - e é.


Avaliação: NÃO GOSTEI

(Janeiro, 2021)


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