sexta-feira, 14 de julho de 2017

O heresiarca e cia. (1910)
Guillaume Apollinaire (1880-1918) - FRANÇA 
Lisboa: Vega,  s/d,  135 páginas
Tradução:  José Carlos Rodrigues     





Reunião de 15 contos, em sua grande maioria fábulas que giram em torno da religião (judaísmo e catolicismo), ou melhor, dos absurdos que se cometem em nome dela. Curiosamente, as três melhores narrativas do livro não estão diretamente ligadas a esse tema e sim ao fantástico. "O desaparecimento de Honoré Subac" é a história de um sujeito, cujo nome dá título ao conto, que, embora possua o poder de se tornar invisível, passa a vida fugindo de um marido traído que busca eliminá-lo, até o dia do encontro fatal. "O marinheiro de Amsterdão" evoca os enredos ultra-românticos, com um clima do norte-americano Edgar Allan Poe (1809-1849): um marinheiro holandês desce do navio em uma escala em Southampton, na Inglaterra. Ele traz um macaco no ombro e imediatamente é abordado por um homem que demonstra intenção de comprá-lo. O desconhecido arrasta o marinheiro para a periferia da cidade e quando entram em uma casa, sequestra-o e o obriga a matar uma mulher, que repete sem cessar "Harry, sou inocente", frase que um papagaio, encontrado na cena do crime no dia seguinte, arremeda mecanicamente. Ao lado do corpo da mulher, o cadáver do marinheiro: um crime sem solução. Finalmente, "O ancião falso-messias, ou histórias e aventuras do Barão d"Ormesan" relata, entre outras peripécias do protagonista, seu aparecimento, como um novo messias, em várias partes do mundo, ao mesmo tempo, resultado de uma máquina de sua invenção.  



(Julho, 2017)



Avaliação: NÃO GOSTO  




Entre aspas:

"(...) o misticismo é parente próximo do erotismo." (pág. 34)

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