quarta-feira, 2 de março de 2016

O fogo (1916
Henri Barbusse (1873-1935) - França
Tradução: Livia Bueloni Gonçalves       
São Paulo: Mundaréu, 2015, 404 páginas


Curioso, este romance. O autor já era um conhecido escritor quando se inscreveu como voluntário para lutar na I Guerra Mundial. Participou das primeiras batalhas, as mais sangrentas, ao longo de 1914, e no ano seguinte, convalescendo de ferimentos, concebeu O fogo, concluído em dezembro de 1915 e publicado em 1916, quando a guerra permanecia estacionada nas trincheiras. A impressão é de que o alistamento ocorreu exclusivamente porque ele intuiu naquele cenário a oportunidade ideal para a construção de um épico. Aliás, no capítulo 13, o narrador conversa com um personagem sobre o livro que vai escrevendo, entre rajadas de metralhadoras e explosões de bombas. No entanto, apesar do caráter documental - ou talvez por isso mesmo - o resultado deixa a desejar. Preocupado em pintar um retrato detalhista de pessoas, coisas e lugares, acaba borrando as singularidades: o romance é "verossímil", mas não "real"... Composto por 24 capítulos, em que cada um tenta ser o relato completo de um dado episódio, evoca tantas minúcias que perdemos a noção do conjunto. 


  
Avaliação: BOM

(Março, 2016)


Entre aspas

"Dois exércitos em luta são um grande exército que se suicida". (p. 33)

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