sexta-feira, 21 de agosto de 2020

Diário de um pároco de aldeia (1936)
Goerges Bernanos (1888-1948) - FRANÇA         
Tradução: Edgar de Godoi da Mata-Machado                
São Paulo: É Realizações, 2011, 285 páginas


Jovem, filho de camponeses miseráveis, o padre sem nome, personagem principal deste romance, acaba de assumir uma pequena paróquia no extremo norte da França. Cheio de ideais, esbarra logo de cara com as dificuldades de compreender os seus paroquianos, imersos na ignorância e distantes de Deus, e de conviver com seus superiores, acomodados a uma vida de conforto material. Os embates com uns e outros, tendo como pano de fundo as cicatrizes deixadas pela Primeira Guerra Mundial, levarão o pároco a um beco sem saída. Optando claramente por uma vida simples e próxima ao povo, que no entanto o rechaça, o narrador-protagonista desenvolve um câncer no estômago e morre. Crítica contundente aos rumos que a Igreja Católica tomava, ao abandonar os ensinamentos originais, o romance esbarra, para mim, apenas em um ponto incontornável, que é a inverossimilhança da forma de diário escolhida pelo Autor.


Entre aspas: 

"A esperança é um animal (...) um animal que está dentro do homem, um terrível e feroz animal. É melhor deixá-la extinguir lentamente. Ou, então, não mexa com ela. Se o senhor mexer, ela arranha, morde" (pág. 259)



 Avaliação: BOM 

(Agosto, 2020)

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.