segunda-feira, 22 de agosto de 2016

Uma passagem para a Índia (1924)
E.M. Forster (1879-1970) - Inglaterra     
Tradução: Cristina Cupertino 
São Paulo: Globo, 2005, 369 páginas



Narrativa sobre a tolerância, o autor coloca em movimento uma trama fascinante que inclui, em doses certas, pitadas de romance, política e exotismo. Adela Quested chega a Chandrapore, uma cidade perdida na chamada Índia Britânica, para se casar com o juiz municipal Ronny Heaslop. Acompanha-a a Sra. Moore, sua futura sogra. A Sra. Moore e Adela desejam conhecer a Índia que existe além do gueto onde vivem os ingleses. Por isso, aproximam-se do médico, Dr. Aziz, e do professor, Cyril Fielding. Dr. Aziz, muçulmano, viúvo, pai de três filhos, considerado inferior pelos colonizadores, resolve proporcionar uma experiência diferente e leva-as às famosas cavernas de Marabar, que ficam a trinta quilômetros de Chandrapore. Lá, Adela tem uma espécie de ataque de pânico ou crise histérica e acusa Dr. Aziz de tentar estuprá-la. Os muçulmanos se unem aos hinduístas e transformam o caso jurídico em um confronto político com os ingleses. Convencida do equívoco, Adela se retrata no tribunal, rompe o noivado e volta para a Inglaterra. Amargo, Dr. Aziz, tornado herói da comunidade, muda-se para um pequeno enclave hinduísta na Índia livre, onde reencontrará, dois anos depois, seu amigo Fielding, agora casado com Stella, filha da Sra. Moore. Por baixo dessa história aparente há toda uma discussão sobre desencontros culturais, étnicos e religiosos, que, em suma, conformam o impasse da Humanidade.




Avaliação: MUITO BOM  

(Agosto, 2016)


Entre aspas

"(...) a vida nunca nos dá o que queremos no momento que achamos oportuno". (p. 46)

"(...) toda beleza é triste (...)" (p. 130)

"'No espaço as coisas se tocam; no tempo as coisas se afastam' (...)". (p. 224)

"(...) talvez haja uma partícula de ressentimento em toda magnanimidade". (p. 246)

"Apenas os nossos mortos nos importam". (p. 280)

"(...) nós existimos não em nós mesmos, mas como nos vê a mente dos outros (...)". (p. 283)

"'Perdoe meus erros, atente para as minhas limitações'. Como nós sabemos, a vida sobre a terra não é fácil". (p. 301)

"(...) sem forma, como pode haver beleza?" (p. 317)


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