quarta-feira, 2 de janeiro de 2019

A morte de D.J. em Paris (1973)
Roberto Drummond (1933-2002BRASIL 
São Paulo: Ática, 1975, 98 páginas


O livro reúne dez contos, e inaugura aquilo que o Autor, na época, chamou de "literatura pop" - uma tentativa de "popularização" da literatura, sem, no entanto, abrir mão de expedientes estéticos mais sofisticados. O resultado é bastante discutível, tanto que o próprio Autor abandonaria, mais tarde, essa concepção. Mas, sem dúvida, há aqui uma importante contribuição: a introdução de elementos do cotidiano na narrativa - como atores e a atrizes em evidência; marcas de produtos, ressaltando a mercadorização dos seres humanos, etc - e uma certa leveza no trato dos dramas dos personagens ordinários. Há alguns bons contos - a loucura de "Dôia na janela", o clima de opressão sob a ditadura militar em "Objetos pertencentes a Fernando B, misteriosamente desaparecido" e "A outra margem" - e há mesmo uma pequena obra-prima, que é o conto que dá título ao livro, uma alegoria sobre a paixão e a loucura, numa atmosfera alucinante. E também bobagens, como o colegial "Um homem de cabelos cinzas" ou o espalhafatoso "Rosa, Rosa, Rosae".



Avaliação: BOM


 (Janeiro, 2019)

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