Trinta anos (1961)
Ingeborg Bachmann (1926-1973) - ÁUSTRIA
Ingeborg Bachmann (1926-1973) - ÁUSTRIA
Lisboa: Relógio D'Água, s/d, 199 páginas
Tradução: Leonor Sá
Avaliação: BOM
Observações:
Entre aspas:
"Impossível um novo mundo sem uma nova linguagem" (pág. 57)
"Qualquer pessoa que ir para casa quando se sente a morrer (...)" (pág. 80)
Coletânea que reúne sete contos, entre eles uma verdadeira obra-prima, "Juventude numa cidade austríaca", na qual, em apenas 10 páginas, a Autora traça um painel completo e complexo da vida em uma pequena cidade antes, durante e logo após o término da Segunda Guerra Mundial. Outra narrativa magistral é "Entre assassinos e loucos", na qual a Autora mexe nas feridas abertas pelas atrocidades nazistas praticadas pela população austríaca. "A verdade" é um interessantíssimo tratado filosófico, a partir da obsessão de um juiz que busca a verdade, mas "quanto mais a persigo, mais longínqua ela se torna" (pág. 185). "Tudo", sobre o momento em que um homem se apercebe do fim do amor por sua mulher; "A um passo de Gomorra", que registra o nascimento de uma relação homossexual feminina; e o conto que dá título ao livro, que apanha um homem entrando na casa dos trinta anos, e que, "apesar de não poder descobrir em si nenhuma mudança, torna-se inseguro" (pág. 21), completam o volume. "O adeus de Ondina", que fecha a coletânea, é um libelo feminista, escrito numa redação ginasiana. O ponto alto do livro é o registro de uma prosa de ficção encharcada por uma linguagem altamente poética.
(Julho, 2017)
(Julho, 2017)
Avaliação: BOM
Observações:
O Brasil está presente, de forma indireta, quando à página 112 um personagem, sem nome, relatando sua participação na Segunda Guerra Mundial, afirma: "Fomos para a Itália, para Montecassino. Era o maior matadouro que possam imaginar. A carne ali era de tal maneira para abate que se poderia pensar que seria divertimento para um assassino".
"Impossível um novo mundo sem uma nova linguagem" (pág. 57)
"Qualquer pessoa que ir para casa quando se sente a morrer (...)" (pág. 80)
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