Os melhores contos da
América Latina
Organização: Flávio Moreira da Costa
Tradução: Leo Schlafman e outros
América Latina
Organização: Flávio Moreira da Costa
Tradução: Leo Schlafman e outros
Rio de Janeiro: Agir, 2008, 582 páginas
Esta antologia (80 contos de 73 autores) traça um bom panorama da literatura produzida na América Latina (Brasil e países hispanofalantes), desde os seus primórdios - o livro começa com um extrato do Popol Vuh, texto original maia de época indeterminada - até escritores do final do século XX. Sobressaem de forma categórica alguns nomes: o brasileiro Machado de Assis (1836-1908) se destaca solitário no século XIX, enquanto o argentino Jorge Luis Borges (1899-1986), o mexicano Juan Rulfo (1917-1986) e o colombiano Gabriel García Márquez (1927-2014) dominam o século XX. A seleção brasileira é muito boa (Lima Barreto, Mário de Andrade, Lygia Fagundes Telles, Clarice Lispector, Rubem Fonseca, Dalton Trevisan, João Ubaldo Ribeiro, entre outros). Vale a pena colocar em relevo ainda, em meio a tantos nomes, os argentinos Adolfo Bioy Casares, Julio Cortázar e Ricardo Piglia, os chilenos José Donoso e Roberto Bolaño e o cubano Guillermo Cabrera Infante. É inacreditável, no entanto, que continuemos desconhecendo a obra do peruano Julio Ramón Ribeyro e do uruguaio Mario Arregui - estes, pelo menos, tiveram livros publicados por aqui, ao contrário do silêncio editorial que recai sobre os mexicanos Rosario Castellanos e o excelente José Emilio Pacheco e o venezuelano Ednodio Quintero. Mais grave apenas a maneira como é subestimado o ótimo escritor gaúcho Sergio Faraco, sem dúvida um dos maiores contistas brasileiros.
Curiosidade:
* Já tive ocasião de ressaltar - no
comentário acerca de Contos
latino-americanos eternos, publicado em 18/02/2016 - o ponto de
convergência existente entre a narrativa do argentino Leopoldo Lugones (1874-1938),
"Yzur", e "Um relatório para uma academia", de Franz
Kafka (1933-1924). Ambos têm por tema a tentativa de "humanizar" um
macaco, com resultados trágicos. O texto do argentino é de 1926, o de Kafka, de
1920, mas certamente o primeiro não leu o último...
(Março, 2017)
Avaliação: BOM
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.