domingo, 17 de abril de 2016


Os melhores contos fantásticos (2006
 Organização: Flávio Moreira da Costa
Vários tradutores              
Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2006, 793 páginas 



Um dos problemas desta antologia é a indefinição sobre o conceito de fantástico. Assim, nos deparamos com relatos esquizofrênicos, paranoicos e oníricos, contos infantis, sobrenaturais e de mistério, alegorias, fábulas, parábolas, e até mesmo algumas narrativas efetivamente fantásticas. Dentro dessa estrita concepção, que Tzvetan Todorov chamava de "maravilhoso" - aceitação do inverossímil e do inexplicável dentro do universo ficcional, desde que possua coesão e coerência internas - destacam-se, entre as 48 narrativas, alguns contos como "O jovem Goodman Brown", de  Nathaniel Hawthorne (1804-1864) e  "O estranho", de Ambrose Bierce (1842-1914), ambos norte-americanos;  "O imortal mortal", de Mary Shelley (1797-1851) e "O sinaleiro", de Charles Dickens (1812-1870), ambos ingleses; ("Quem sabe?" e "O Horla"*, de Guy de Maupassant (1850-1893), "O desaparecimento de Honoré Subrac", de Guillaume Apollinaire (1880-1918) e "Os prisioneiros de Longjumeau", de Leon Bloy (1846-1917), todos franceses; "A sombra", do dinamarquês Hans Christian Andersen (1805-1875); "Tlon, Uqbar, Orbis Tertius", de Jorge Luis Borges (1899-1986) e "Carta a uma senhorita em Paris", de Julio Cortázar, ambos argentinos.  

* Uma curiosidade: a "doença" que acomete o narrador-protagonista deste conto - que mais tarde vai se mostrar como uma possível mania de perseguição - é deflagrada pela passagem de uma barca brasileira "de três mastros, toda branca" pelo rio Sena (p. 239) e confirmada por uma notícia de jornal a respeito de uma "epidemia de loucura" que atinge a província de São Paulo (p. 257).




Avaliação: BOM 
(Abril, 2016)


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.