Vontade de ferro (1876)
Nikolai Leskov (1831-1895) - RÚSSIA
Nikolai Leskov (1831-1895) - RÚSSIA
Tradução: Francisco de Araújo
São Paulo: Jabuticaba, 2020, 167 páginas
Nesse livro conhecemos a história de Hugo Kárlovitch Pektoralis, um engenheiro alemão, dono da tal "vontade de ferro" que traduz o título, narrada por Fiódor Afanássievitch Vótchiniev a seus amigos, enquanto desfrutam de um chá. Pektoralis é contratado por uma empresa inglesa instalada na Rússia para pôr em operação as máquinas importadas destinadas a um moinho a vapor e uma serraria. Desde sua chegada, Pektoralis demonstra excessivo apego à sua "vontade de ferro", traduzida numa teimosia por nunca abrir mão de princípios que impõe a si mesmo, ainda que isso o conduza ao escárnio e à desgraça. Ele é o exemplo do "espírito alemão", organizado e determinado, em contraste com o "espírito russo", que forma uma "massa simples, mole e crua" (p. 11), segundo as palavras do narrador. Após uma série de aventuras - ou desventuras -, Pektoralis, antes admirado e respeitado por sua "vontade de ferro", pouco a pouco vai sendo engolido por essa mesma "vontade de ferro", que acaba se mostrando simples obsessão de uma mente inflexível. A novela culmina com a disputa entre ele e o fundidor Safrônytch, ou seja, no encontro entre o ferro alemão e a massa mole russa: e ambos saem perdendo... É interessante notar que, em muitos aspectos, o espírito do povo russo, pelo menos naquele momento de sua história, o século XIX, se assemelha muito ao espírito brasileiro, pendendo entre a esperteza e a autodepreciação...
São Paulo: Jabuticaba, 2020, 167 páginas
Nesse livro conhecemos a história de Hugo Kárlovitch Pektoralis, um engenheiro alemão, dono da tal "vontade de ferro" que traduz o título, narrada por Fiódor Afanássievitch Vótchiniev a seus amigos, enquanto desfrutam de um chá. Pektoralis é contratado por uma empresa inglesa instalada na Rússia para pôr em operação as máquinas importadas destinadas a um moinho a vapor e uma serraria. Desde sua chegada, Pektoralis demonstra excessivo apego à sua "vontade de ferro", traduzida numa teimosia por nunca abrir mão de princípios que impõe a si mesmo, ainda que isso o conduza ao escárnio e à desgraça. Ele é o exemplo do "espírito alemão", organizado e determinado, em contraste com o "espírito russo", que forma uma "massa simples, mole e crua" (p. 11), segundo as palavras do narrador. Após uma série de aventuras - ou desventuras -, Pektoralis, antes admirado e respeitado por sua "vontade de ferro", pouco a pouco vai sendo engolido por essa mesma "vontade de ferro", que acaba se mostrando simples obsessão de uma mente inflexível. A novela culmina com a disputa entre ele e o fundidor Safrônytch, ou seja, no encontro entre o ferro alemão e a massa mole russa: e ambos saem perdendo... É interessante notar que, em muitos aspectos, o espírito do povo russo, pelo menos naquele momento de sua história, o século XIX, se assemelha muito ao espírito brasileiro, pendendo entre a esperteza e a autodepreciação...
Avaliação: BOM
(Agosto, 2020)
(Agosto, 2020)
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