Lisboa: Assírio & Alvim, 2001, 75 páginas
Novela publicada postumamente, nela o Autor constrói uma fábula, que tem como, digamos assim, uma espécie de moral. Nissen Piczenik é um negociante de corais, numa desimportante cidade dos confins do Império Austro-Húngaro, Progrody. Conhecido de seus clientes, camponeses pobres e burgueses ricos dos arredores, vive sua vida, casado com uma mulher a quem é indiferente, e cumprindo seus deveres religiosos, sem maiores aspirações. Até que um dia chega à cidade, de férias, o jovem marinheiro Komrower. Nissen Piczenik, então, transforma-se, encantado com a ideia de que os corais que comercializa, muito mais que simples objetos destinados a satisfazer a vaidade das pessoas, são animais com vida própria. Então, acompanha Komrower até Odessa, ele, que nunca havia posto os pés fora da aldeia. Lá, passa três semanas de fascínio, observando o mar, que imaginava mas nunca tinha visto, e especulando sobre lugares desconhecidos. Quando volta a Progrody, descobre que em uma cidade próxima, Sutschky, um comerciante vindo de Budapeste, Janö Lakatos, está vendendo corais a preços absurdamente baixos, roubando sua clientela. Ele vai ao encontro de Lakatos e entende que os corais são falsos, feitos de plástico, e, obcecado com a possibilidade de ampliar seus lucros, aceita a proposta do concorrente, torna-se sócio deste, misturando corais verdadeiros e falsos. Só que uma epidemia de cólera assola a região e as pessoas culpam os corais de Nissen Piczernik de não protegê-las e ele arruína-se. A mulher morre, ele compra uma passagem para imigrar, clandestinamente, para o Canadá, mas no trajeto o navio afunda e ele sucumbe. A moral da fábula: "É assim que acontece às pessoas que são seduzidas pelo diabo: com tudo o que têm de diabólico, excedem até o próprio diabo" (p. 66).
Avaliação: BOM
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